quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

SKANK - Formato Mínimo - de Samuel Rosa e Rodrigo F. Leão

Começou de súbito
A festa estava mesmo ótima
Ela procurava um príncipe
Ele procurava a próxima

Ele reparou nos óculos
Ela reparou nas vírgulas
Ele ofereceu-lhe um ácido
E ela achou aquilo o máximo

Os lábios se tocaram ásperos
Em beijos de tirar o fôlego
Tímidos, transaram trôpegos
E ávidos gozaram rápido

Ele procurava álibis
Ela flutuava lépida
Ele sucumbia ao pânico
E ela descansava lívida

O medo redigiu-se ínfimo
E ele percebeu a dádiva
Declarou-se dela o súdito
Desenhou-se a história trágica

Ele enfim dormiu apático
Na noite segredosa e cálida
Ela despertou-se tímida
Feita do desejo a vítima

Fugiu dali tão rápido
Caminhando passos tétricos
Amor em sua mente épico
Transformado em jogo cínico

Para ele uma transa típica
O amor em seu formato mínimo
O corpo se expressando clínico
Da triste solidão a rubrica

...essa música mexeu comigo devido a sua exata realidade expressa,
romances de uma noite apenas...
...talvez alguns não compartilhem da minha opinião mas acho que é assim mesmo...

Um comentário:

Dark Side disse...

apesar de gostar de skank (e dessa música), aquela rubrica lá do final decepciona a perfeição dos versos, rs (e não deixa de ser uma cópia de estilo da música construção do chico buarque)

sobre o sentido, bem, é meio confuso, não se sabe direito quem está em qual lado, só que eles são opostos... música tem disto. beijos.