quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

...

Não me faça, mais uma vez, criar falsas esperanças.
Não me faça crer que eu tenho uma chance.
Não me iluda, por favor.
Basta de noites mal dormidas, de sentimentos incompletos, de amores mal resovidos.
Chega de eu achar "chifre em cabeça de cavalo", "pelo em ovo", "agulha no palheiro".
Eu não quero sentir, não quero pensar, não quero saber.
Quero continuar no meu mundinho, quietinha.
Pedindo pra não ser vista, nem notada.
Rezando pra que no dia seguinte eu não esbarre em qualquer resquício da tua presença.

Puta merda, que é que eu faço com o que restou de mim depois daquele abraço?

Aragem

Confesso que desde a última vez em que estive aqui, muita coisa está diferente... Não sei se é o lugar, se sou eu, se é o ar pesado das chuvas de verão dos últimos dias.
O importante é que o mundo tem sido bom, as cores mais vivas e a leveza do andar tem me acompanhado.
Não que os grilos ( os novos e os de sempre ) estão desaparecidos, mas talvez tomaram novas formas... Formas de vagalumes?!?
Talvez conhecer outros horizontes tenha sido bom e desta experiência tenham as melhores impressões possíveis.
Oxalá, tenha sido assim...
Quiçá o futuro reserve melhores ventos.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Por onde andei


Venta
Ali se vê
Onde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outro país
Que me estranha mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito

O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
E de versos retos, corretos
O resto da paixão, reguei
Vai servir pra nós
O doce da loucura é teu, é meu
Pra usar à sós
Eu tenho os olhos doidos, doidos, já vi
Meus olhos doidos, doidos, são doidos por ti (TELHADOS DE PARIS, Nei Lisboa)

"... por onde andei, enquanto você me procurava
e o que eu te dei foi muito pouco ou quase nada..." (POR ONDE ANDEI, Nando Reis)