quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Coleção

De passagem, observo a poeira nos livros.
Uma vez, meus olhos correram por suas letras e meus dedos, por suas lombadas.
Ainda me assusto se escutos os passos de alguém se aproximando...Vai ver, é o costume.
A luz azulada pela janela entreaberta, dá a impressão de há muito abandonada... 
Mais que nada... Sempre que posso me aproximo e dou mais uma bisbilhotada.
O cheiro de mofo presente nas minhas narinas é conhecido e o ar frio, conforta.
Aqui dentro fiz minha morada. 
Aqui sua santa, mártir e imaculada.Virei homem valente para lutar contra todos pela minha amada. Vesti as melhores vestes e também a carapuça. Chorei, sorri, emoções vivi.
E se for contar das desventuras em série, contaria um milhão de contos por nada...
Não foi por tua causa que virei escrivã, mas foi por causa de ti, que me tornei uma pessoa melhor...
Na biblioteca da casa ao lado, nasci, cresci e ressurgi... como a fênix das lendas divinas que um dia em tuas palavras li...

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